quarta-feira, 10 de junho de 2009

Visitando a trilha Cartão Postal

Por: Marianna e Mádhava
Visitando a trilha Cartão Postal



Vista do mirante da trilha


Era sexta-feira 6 de junho, o dia estava lindo, com sol forte no céu e poucas nuvens. Para quem conhece Teresópolis sabe que é algo raro de se ver, ainda mais com essas mudanças abruptas de clima, quando hoje chove, amanhã faz um pouquinho de sol e no dia depois de amanhã parece que estamos sofrendo um dilúvio. E assim tem sido os últimos dias, impedindo durante semanas a produção de nossa matéria.


Mas eis que aquele domingo Deus resolveu nos ajudar e proporcionou um clima agradável e perfeito para qualquer apaixonado por natureza, como é o caso da Mádhava, que parecia estar vibrando de alegria a cada passo em que nos aproximávamos da trilha que havíamos escolhido, enquanto eu estava quieta com meus temores, torcendo para que nenhuma aranha aparecesse no nosso caminho, o que obviamente não aconteceu... mas tudo bem, já estava na hora de enfrentar minha aracnofobia.


Já havíamos escolhido nosso roteiro desde a ultima matéria que havíamos feito, onde ouvimos falar muito bem da famosa trilha reaberta Cartão Postal, então lá fomos nós, resolvemos encarar mais uma aventura, uns mais empolgados e outros nem tanto, e acho que nem preciso dizer quem era “essa” pessoa.


Entramos no parque, pagamos um valor de R$ 1,50 cada uma, já que moradores de Teresópolis têm direito a desconto e um valor de R$ 5,00 para entrar com o carro. Chegamos na administração do parque onde fomos muito bem recebidas e instruídas sobre as trilhas existentes na sede de Teresópolis do PARNASO (Parque Nacional Serra dos Órgãos). Saímos da administração e andamos mais uns dois quilômetros de carro até a pousada que fica subindo para a estrada da barragem no final do parque, e graças ao famoso “jeitinho brasileiro” conseguimos parar o carro a menos de cinco metros do inicio da trilha, na garagem do dono da pousada.


Mochilas prontas, bastante água mineral e Gatorade, tênis próprios para caminhada e força de vontade somaram o material necessário para o percurso do Cartão Postal. E o relógio começou a marcar!

Na entrada da trilha havia uma placa com informações sobre o percurso e um pequeno mapa que me fazia não desanimar de andar 1.200 metros dentro de uma floresta por aproximadamente duas horas.


Placas sinalizavam o inicio da trilha



Confesso que nos primeiros 10 minutos das trilhas eu ouvia "Vem Marianna, para de ser medrosa. As aranhas têm medo de você, não é você que tem que sentir medo”. Era a Mádhava rindo e me encorajando a prosseguir. Depois do susto pude então perceber tamanha beleza, aquelas trilhas íngremes me permitiam uma vista maravilhosa para o Parque Nacional que nunca havíamos observado, já que a trilha tinha sido reaberta recentemente e estávamos explorando-a por primeira vez.




Encontramos muitos pássaros, esquilos e até mesmo as aranhas, que já me pareciam inofensivas. Tudo aquilo acompanhado do constante barulho de cachoeira me enchiam de uma paz interior e me fazia esquecer dos problemas diários que até então eu puder perceber que aquela alegria que a Mádhava estava sentindo já havia passado pra mim, e estávamos as duas com uma paz e serenidade que nos motivou a parar para fotografar algumas paisagens.







confira aqui o vídeo do trekking


Encontramos durante toda a trilha diversas bromélias-imperiais, ameaçadas de extinção e que no parque disputavam até cinco unidades em uma mesma árvore, mostrando que se não atrapalharmos, a natureza se encarrega de sua sobrevivência sem a necessidade da interferência humana.



Depois de várias fotos voltamos à trilha e fomos pegas por grande parte de lama, já que havia chovido no dia anterior e aquela área não tinha a proteção das árvores para manter o caminho seco. Tivemos que andar com mais cautela, e naquela hora eu entendi porque havia a necessidade de usar tênis especiais para trilha, mas já estava “dançando balé” escorregando de um lado pro outro e me segurando nas árvores. Todas essas circunstancias tornaram nossa aventura inesquecível.



Passamos por grotas, pontes, e caminhos com rastros de animais até chegar no mirante ao final da trilha e ver que todo aquele esforço realmente valeu a pena. Não podia estar melhor, o escalavrado, dedo de Nossa Senhora, dedo de Deus e toda a cadeia de montanhas da Serra dos Órgãos bem ali na nossa frente como um magnífico cartão postal, fazendo juz ao nome da trilha.
Levamos uma hora para subir, contando com as diversas paradas para fotos, e para descer levamos 40 minutos, pois aproveitamos para retornar mais depressa já que o tempo parecia estar fechando e definitivamente não queríamos pegar uma chuva naquela trilha às cinco horas da tarde.



Ponte no percurso da trilha


Vista para a Verruga do Frade


Finalmente chegamos na entrada da trilha, exaustas e com os sapatos cheios de lama, porém felizes e satisfeitas! E quanto às aranhas, já nem me causam pavor...

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